Buscaremos mostrar através das sagradas escrituras a importância da oração na vida de todo Cristão. Tentaremos de uma forma simples responder algumas questões acerca da oração.
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Suplicando ao SENHOR
Ainda no Antigo Testamento a Bíblia relata muitos momentos durante a história em que homens se voltaram para Deus com súplicas, após a queda do homem a vida sem Deus tornou-se vazia e sem sentido, ocasionando por consequência da desobediência do próprio homem a ruptura que afastava o homem de seu Criador.
Após o nascimento de Sete – filho que veio para preencher o vazio ocasionado pela morte de Abel – a Bíblia relata que por meio do filho de Sete houve o retorno do homem em busca da face do Deus Todo-Poderoso. Assim, com adoração, em santidade, obediência e oração, o homem voltou a aplicar a sua confiança e esperança novamente em Deus. Este ato de retorno foi feito por Enos, filho de Sete. “E a Sete mesmo também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então, se começou a invocar o nome do SENHOR” (Gn 4:26).
Invocar: Suplicar, recorrer, chamar em auxílio — [Dicionário Online de Português]
Oração: Súplica, pedido dirigido a Deus, prece — [Dicionário Online de Português]
Enos veio a nascer em um momento muito especial, quando se formava na sociedade humana uma distinção muito nítida entre os filhos de Deus, e os filhos dos homens. Enos buscou retomar aquilo que estava se perdendo no meio da humanidade, isto é, o relacionamento entre a criatura e o Criador. Quando Caim assassinou o seu irmão Abel, ele criou um abismo em seu coração, e este abismo estava cheio de inveja e ódio, toda essa maldade estava sendo transmitida para a sua descendência. A humanidade caminhava para um futuro ainda mais distante de Deus e da sua soberana vontade, mas, em meio a uma situação cheia de desesperança surge alguém compromissado em retornar a uma vida com Deus, e é invocando ao Senhor que Enos marca aquela geração que estava em contínuo afastamento da presença de Deus. Esta é a primeira menção de oração que temos na Bíblia: “então, se começou a invocar o nome do SENHOR” (Gn 4:26), essa foi uma súplica que expressava um sentimento genuíno de criatura dependente de seu Criador. O reflexo desse impacto causado por uma escolha de Enos em voltar a invocar o Senhor foi de uma dimensão tão grande que esse ato de buscar a presença de Deus foi estendido até a sua descendência, chegando à Enoque, este que por sua vez buscou a Deus tão intensamente e teve tanta intimidade com o SENHOR que foi trasladado aos céus: “E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou” (Gn 5:24)
Os homens daquela geração passaram a buscar a Deus de todo o coração, com imenso desejo, crendo que Deus os ouviria e os responderia. Enos, Enoque e outros homens, conseguiram influenciar outras pessoas por meio de suas atitudes. Claro que, se começássemos a observar as coisas de maneira natural tendo em vista que o homem desobedeceu a Deus e foi expulso do jardim do Éden, recebendo uma punição severa por consequência de sua escolha, isto é, a morte. Tendo isso em vista, certamente poderiam permanecer com o pensamento de que Deus já não mais se importava com a humanidade, mas ao invés disso, ao invés de seguirem aqueles que começaram a se distanciar ainda mais de Deus, esses homens tomaram uma atitude, eles decidiram retornar ao Senhor. Haverá momentos em que todo o ambiente irá produzir em nós um sentimento de desprezo da parte de Deus, podendo chegar ao ponto de pensarmos que Deus nos abandonou, mas se não despertarmos dessa sonolência que é a fraqueza espiritual e o falso sentimento de abandono, nós não veremos a verdade, essa é: Somos nós quem nos afastamos de Deus, e não Ele de nós. Ao percebermos isso, a nossa atitude deve ser a de retorno, assim como Enos voltou a invocar o nome do Senhor e pela sua atitude toda uma geração foi marcada, produzindo bons frutos até à sua descendência e os levando de volta ao reconhecimento da grandeza e majestade de Deus. Enos recordou e experimentou a força da oração, você jamais saberá o quão forte é a oração do justo enquanto não buscar ter uma vida de oração assim como esses homens buscaram ter, e a tiveram. “A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tg 5:16).
Durante a nossa vida cristã nós passamos por diversas experiências com Deus, tais experiências são necessárias para nosso crescimento espiritual, para fortalecimento ou qualquer outro objetivo que Deus tenha estabelecido para que alcancemos. E uma das experiências mais maravilhosa de nossa vida é o hábito de orar, há alguns segredos na oração que só são conhecidos quando nós o experimentamos. Deixe-nos fazer-te uma pergunta simples: Você já ouviu algum testemunho ou pregação de alguém que recebeu algo ou venceu alguma dificuldade por ter uma vida de oração? Certamente a sua resposta foi sim, isso porque é bem comum ouvirmos diversos relatos de pessoas que testemunham ou pregam sobre homens e mulheres que por terem uma vida de oração obtiveram sucesso em alguma área da vida ou presenciaram maravilhas. Mas, é certo que, mesmo você ouvindo tudo isso e crendo em tais palavras, você só pôde comprovar a eficácia da oração quando você passou por algum tipo de experiência em que todo o ambiente levava você à oração. Bom, o que queremos dizer com isso é que ninguém experimenta a força da oração ouvindo pregações ou sermões, ninguém experimenta a força da oração ouvindo testemunhos ou palestras, você só saberá o poder da oração quando tiver uma vida em que a oração é mais do que meros 30 minutos, você experimentará a força da oração quando ela se tornar um hábito em sua vida.
CRISTO JESUS: O caminho para o crescimento
O Senhor Jesus foi o maior exemplo para todos os cristãos, isto é óbvio, mas especificando, Ele foi um grande exemplo para aqueles que buscam ter uma vida de oração, foi Ele quem nos ensinou a orar (Lc 11:1), O Senhor Jesus também nos advertiu sobre erros que não devemos cometer na oração e para essa advertência usou os fariseus como exemplo (Mt 6:5-8). Ele mais do que qualquer um compreendia a força da oração, sabia também a dependência que o homem tem de Deus, e por este motivo a grande necessidade de erguer aos céus súplicas a Deus. A força da oração é tão imensa que Jesus revela que com a perseverança em orar, a saber, pelo recebimento do Espírito Santo, aquele que busca recebê-lo certamente será atendido, para comprovar isso o Senhor faz a parábola do amigo importuno, (Cf. Lc 11:5-13), que por necessitar de alimento clamava ao próximo que lhe abrisse a porta para lhe conceder o seu pedido, mas esse amigo importuno encontrava uma dificuldade, já era muito tarde (Meia noite) e seria quase impossível que o seu próximo levantasse tão tarde para lhe atender, mas, pela sua insistência em suplicar, o seu próximo atendeu-lhe. Ao encerrar a parábola o Senhor Jesus faz menção da bondade do pai para com o filho, usando esse exemplo para se referir a Deus, que não permanece sem ação quando algum de seus filhos clama a Ele, “Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem” (Lc 11:13). A oração vai além de palavras copiadas de alguém, a oração é uma expressão de sentimentos e vontades que estão no mais íntimo lugar do ser humano, que é o coração. A prova disto? Jesus mostrou quando fez essa parábola, pois a busca incansável pelo recebimento do Espírito Santo é tão expressiva por àqueles que O desejam que a sua súplica (Oração) é ouvida por Deus e atendida.
Com esta parábola o Senhor não coloca limitações na oração, não podemos pensar que a oração só será respondida em um caso especial como esse, que é o desejo que há na vida do cristão em receber o batismo com o Espírito Santo. O objetivo da parábola era de mostrar que através da oração os pedidos são atendidos pelo Pai, desde que estejam de acordo com a sua vontade, aqui em especial é mostrado o desejo pelo batismo com o Espírito Santo. A oração chega a ser tão importante que o apóstolo Paulo orienta os irmãos em Tessalônica a “orar sem cessar” (1Ts 5:17). É importante ressaltar por meio da palavra de Deus que, uma oração com sabedoria é uma oração de acordo com a vontade do Pai, pois é dessa maneira que Ele nos ouvirá “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5:14).
“Mas a oração é apenas súplicas e lamentações. E se eu estiver em um bom momento e ainda assim desejar orar?” O constante desejo pela presença de Deus é por si só uma súplica, o ser humano sente a necessidade de ter contato com Deus, às vezes busca encontrar sozinho a forma de conhecer a Deus, seja por meio de filosofias, compreensões, religiões, etc., sempre há no ser humano o desejo de conhecer a Deus e quando a busca é realizada cegamente, muitos acabam frustrando-se e, ao invés de achegar-se a Deus acabam afastando-se. É necessário compreender que o único caminho que leva o homem até Deus é Jesus Cristo. “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6). A oração não é apenas lamentação e choro, a oração é uma das principais formas de desenvolver intimidade com Deus, a oração é um ato de dialogar com Deus, a oração pode tanto ser repleta de angústia e choro, como a de Ana (1Sm 1:9-11), como pode ser cheia de alegria, louvor e exaltação a Deus como a do salmista Davi, que engrandeceu o nome do Senhor por ter a sua oração atendida (Sl 40:5).