A MITOLOGIA INSERIDA NO CRISTIANISMO – [PARTE 2]

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Aquelas pessoas não eram diferentes, ouviram a mensagem de Deus por Noé, Noé estava como representante de Deus na terra, por isso o Apóstolo Pedro faz menção de Cristo pregando aos mortos, pois o Espírito do Senhor se utilizava de Noé para pregar aos mortos espiritualmente, era o Espírito do Senhor que se utilizava de Noé para anunciar os acontecimentos futuros. Aqueles homens e mulheres estavam aprisionados pelo pecado, a pregação de Noé não foi considerada verdadeira pelos homens e mulheres que a ouviram, as pessoas não se arrependeram e não acreditaram no que estava sendo anunciado por Noé. É compreendido pela palavra de Deus que só nesta vida física alcançamos o perdão por meio da graça que o sacrifício de Cristo Jesus nos trouxe. Apesar de muitas pessoas rogarem pela vida dos que já se foram, nenhuma pessoa que se foi receberá uma segunda chance, com Deus não existe dois caminhos, duas conversas, dois diálogos, Ele é fiel e cumpre com sua palavra. A chance para a salvação é dada somente nesta vida, é o que está escrito: “aos humanos está ordenado morrerem uma só vez e, depois, o juízo” (Hb 9: 27). Após o período que ocorrerá durante o reinado de Cristo aqui nesta terra, virá o juízo de todos os homens e de todos os anjos caídos (Esses últimos já estão julgados e condenados) (Cf. Jo 16:11)

O profeta Amós declarou: “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am 3:7). O mundo antediluviano ouviu a mensagem do Senhor, por meio de Noé, não acreditaram na mensagem sendo então julgados e reprovados. O Senhor Jesus não pregou para espíritos desencarnados, as Escrituras não se contradizem, nós sim, quando tentamos fazer a Bíblia ficar de acordo com nosso desejo ao invés de nosso desejo aperfeiçoar-se de acordo com a Bíblia. Os mortos estão inconscientes, é isto que as sagradas Escrituras nos ensinam.

Vamos compreender a definição de algumas palavras que são utilizadas em contextos que não se deveria utilizar, e que por muito foram interpretadas da maneira incorreta. Uma delas seria ‘Gehenna’.

  • Gehenna: Do hebraico *גֵיא בֶן-הִנֹּם,* transliteração: Geh Ben-Hinom, (literalmente “Vale do Filho de Hinom”) é um vale em torno da Cidade Antiga de Jerusalém, e que veio a tornar-se um depósito onde o lixo era incinerado.

A palavra inferno é traduzida desta palavra grega *Gehenna* por muitos tradutores, o vale fica ao sul de Jerusalém. Nos tempos do profeta Jeremias esse vale estava associado ao culto ao deus Moloque, divindade nacional dos amonitas. Era também chamado de Milcom ou Milca (Cf. 1Rs 11:5; Jr 49:3). O lugar era um crematório humano onde sacrificavam crianças (Jr 7:31). Os judeus por acharem que o vale estava contaminado, poluído pelo culto e sacrifício àquele deus, amaldiçoaram e usaram o vale como depósito de incinerador de lixo de Jerusalém. Quando em suas palavras o Senhor referiu-se ao local de nome ‘Geena’ para mostrar o risco da condenação, ele não fez alusão de que ‘Gehenna’ era ‘Inferno’ (A palavra foi traduzida para inferno por alguns tradutores que associaram a ideia pagã de os maus sofrerem um julgamento de viver em um fogo ardente após a morte). Jesus sabia que a própria ideia de queimar pessoas vivas é repugnante para nosso Pai celestial. Referindo-se ao uso que se fazia da Geena nos dias do profeta Jeremias, Deus disse: “Construíram os altos de Tofete, que está no vale do filho de Hinom, para queimarem no fogo a seus filhos e suas filhas, coisa que eu não havia ordenado e que não me havia subido ao coração” (Cf. Jr 7:31).

Além disso, a ideia de tormento para os mortos não se harmoniza com a personalidade bondosa de Deus nem com o claro ensino bíblico de que os mortos “não estão cônscios de absolutamente nada”. Queimar animais vivos nesse local era algo que as pessoas não realizavam pois consideravam isto uma maldade deliberada. Agora, pense, haveria algum pecador na terra que pudesse ser comparado ao Senhor?! De maneira alguma, logo, imagine se o próprio amor iria deixar ardendo em chamas eternamente a criatura mais amada por Ele (Os humanos). Aos homens foi dado a oportunidade de serem feitos filhos de Deus, o verbo se fez carne para salvar a todos os homens, nunca condená-los a um lugar de eterno tormento.

  • Citações:
    Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento
    Eclesiastes 9:5
    Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma
    Eclesiastes 9:10

Note: “Na Geena lançavam-se cadáveres de animais para serem consumidos pelo fogo, aos quais se acrescentavam enxofre para ajudar na queima. Também se lançavam ali cadáveres de criminosos executados, considerados não merecedores de um sepultamento decente num túmulo memorial. Quando esses cadáveres caíam no fogo, eram consumidos, quando caíam sobre uma saliência da ravina funda, sua carne em putrefação ficava infestada de vermes, vermes que não morriam até consumir toda a carne. Nenhum animal ou criatura humana vivo eram lançados na *Gehenna* para serem queimados vivos ou atormentados”.
Wikipédia, a enciclopédia livre online.

Para que esses cadáveres em decomposição não poluíssem o ar causando pestilência era mantido aceso o fogo do local dia e noite, as camadas de lixo mais profundas os vermes e larvas destruíam. O profeta Isaías menciona esse lugar (Is 66: 24) O texto se refere a corpos mortos, em relação aos vermes significa destruição. Jesus falou isto quando se referiu ao lago de fogo que vai acontecer como purificador da terra.

Paraíso: O que é e onde fica?

Segundo o dicionário Bíblico ‘Vida Nova’, o verbo paraíso é importado do antigo iraniano (Persa) e significa *jardim murado*. Paraíso não são os Campos Elísios apresentado pelo folclore grego. Paraíso é um lugar de delícia, o Éden criado por Deus para ser a habitação do homem (Gn 2:8). É um lugar de vivo e nunca de morto, o homem depois que pecou de lá foi expulso (Gn 3:23-24), isto porque a recompensa do pecado é a morte (Rm 6:23) e os mortos não podem estar no lugar dos vivos. O apóstolo Paulo ensina que o Paraíso está no terceiro céu, assim ele escreveu: Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos foi arrebatado até ao terceiro céu, isto é, foi arrebatado ao Paraíso. (2Co 12:2-4). Esse paraíso nunca foi no centro da terra, também não é o adâmico.

No paraíso está o trono de Deus e do Cordeiro, a árvore da vida e o rio da vida. João ouviu e escreveu esta promessa do Senhor: “Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do Paraíso de Deus” (Ap 2:7). 
“E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e de uma e da outra banda do rio, estava à árvore da vida que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para saúde das nações” (Ap 22:1-2). Os vencedores desfrutarão desse delicioso lugar, mas tudo ao seu tempo.

No Paraíso está a Jerusalém celestial, nela não entra morto, só os vivos que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro e têm seu nome escrito no livro da vida. Assim está escrito: “E não entrará nela coisa alguma que a contamine, e cometa abominação e mentira; mas os que estão escritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap 21: 27).

Como sabemos o Éden terreno não mais existe, mas o Paraíso não se perdeu, sempre foi e sempre será a habitação de Deus, dos anjos eleitos e dos seus remidos depois de ressuscitados. No momento da morte do Senhor os santos ressuscitados saíram da terra de onde estavam sepultados e nunca de um paraíso imaginado, eles dormiam no seio da terra (Mt 27:51-53).

Promessa ao malfeitor na cruz

Lucas 23:43

Originalmente a Bíblia foi escrita sem as pontuações, hoje as divisões em capítulos e versículos são existentes do início ao fim. Para facilitar melhor a leitura dividir a bíblia em capítulos e versículos foi boa a ideia, as frases ficaram mais curtas com sentido completo, dessa maneira foi facilitando a compreensão dos textos, ainda que muitos textos não estejam divididos corretamente. É necessário informar que até o século seis d.C. não existia pontuação nem vírgula, a separação de palavras na Bíblia se tornaram mais frequente só no século sétimo d.C. Segundo pesquisadores, no nono século (d.C.) foi introduzido o ponto de interrogação, a vírgula passou a ser utilizada no ano de 1490 (d.C.). Sabemos que a Bíblia na sua origem foi escrita sem divisão e sem sinais de pontuação.

Mas vamos compreender o porquê de estarmos citando essa informação, que é bastante importante para que possam compreender onde queremos chegar, enfim. O capítulo 23 e versículo 43 do evangelho escrito pelo médico Lucas, está traduzido assim: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso“. Almeida Edição Atualizada RAO53-SBB. No texto original não existe vírgula, mas na tradução a vírgula foi posta no lugar em que está porque quem traduziu acreditava na imortalidade da alma, que o indivíduo ao morrer vai direto ao paraíso, ou ao tormento eterno. Essa ideia é pregada e ensinada pelo pelos terroristas islâmicos, que acreditam que por sacrificarem-se matando os ‘infiéis’ estarão prosseguindo para o paraíso após a morte, a encontrar com Maomé (Segundo a tradição, profeta Islâmico).

Na tradução católica datada de 1958 o mesmo texto parece da seguinte maneira: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso“. Observe onde está a vírgula, eles também acreditavam na imortalidade da alma. Acreditar na imortalidade da alma é algo que contradiz a palavra de Deus, pois está escrito que a alma morre (Ez 18:4; 20). E sim, o texto refere-se a pessoa viva, não trata-se de uma separação entra corpo e alma, basta observar o versículo 20 do mesmo capítulo “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele“.

Ao malfeitor arrependido Jesus lhe promete o Paraíso, mas não disse que ao morrer aquele homem iria de imediato. Acreditamos nesta promessa, mas  que só será realizada depois da ressurreição, quando a Igreja for arrebatada a encontrar com o Senhor nos ares (1Ts 4:13-17). O próprio Cristo não foi de imediato ao morrer, depois de ressuscitar ele disse: “Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos, e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (Jo 20:17). Antes de ser tocado Jesus teria que se apresentar ao Pai, não podia ser segurado pelas pessoas, depois que se apresentou foi segurado, e chegou a comer com os discípulos e conviveu ainda com os discípulos por quarenta dias (Jo 20:27; At 1:3).
Os três dias e as três noites Jesus repousou no seio da terra (Mt 12:40), e não no céu ou Campos Elísios.

A promessa do Senhor Jesus ao homem arrependido poderia ter sido escrita assim: “Em verdade de digo hoje, estarás comigo no Paraíso“, A vírgula estaria no *hoje* se referindo ao dia da promessa feita. O condenado solicita: “Senhor, lembra-te de mim quando vieres no teu Reino” (Lc 23: 42). Jesus responde: “Em verdade de digo hoje, estarás comigo no paraíso“. Jesus garante ao homem o Paraíso. Há diferença partir e chegar, e o chegar lá está reservado só após a ressurreição.

Se os mortos já estão vivos e em delícia, para que serve a ressurreição? A verdade é que os mortos estão dormindo no pó, de onde serão despertados e recompensados. O sagrado escritor do livro aos hebreus mostra que pessoas por sua fé e amor a Deus foram apedrejadas, provadas, serradas ao meio, muitos foram mortos ao fio da espada, outros tantos andaram peregrinando, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos, maltratados, homens dos quais o mundo não era digno, errantes pelos desertos; pelos montes; pelas covas; pelas cavernas da terra. Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé, não obtiveram, contudo, a realização da promessa, por haver Deus provido coisas superiores a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados. (Hb 11:37–40)

Sofreram terrivelmente, mas ainda não foram recompensados, aguardam a ressurreição porque sem a Igreja eles não poderão entrar no paraíso nem receber suas recompensas.

Se a pessoa ao morrer recebe o privilégio de subir para o céu, porque será que Jó fez essa afirmação: “Porque eu sei que o meu redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido esse meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão e não outros
(Jó 19:25–27)

Davi também declarou: “Eu, porém, na justiça contemplarei a tua face; quando acordar eu me santificarei com a tua semelhança” (Sl 17:15). “Quando acordar eu me santificarei na tua semelhança“. Davi está se referindo ao despertar pela ressurreição, será santificado em Cristo a semelhança do Pai.
O Apóstolo Paulo faz esta declaração: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm 4:8). Todos eles referiam-se à ressurreição. “Naquele dia“, o dia da ressurreição e arrebatamento da Igreja.

A Parábola de Lázaro

A compreensão à respeito das Parábolas trazem o significado de narração alegórica que contém um ensinamento moral ou espiritual.

Alegoria é uma exposição de um pensamento sob a forma figurada, ou uma ficção que representa um objetivo para dar a ideia de outro; uma metáfora, que significa uma coisa nas palavras e outra no sentido.

A parábola de Lázaro não é um acontecimento imediato que ocorre logo depois da morte física, é uma representação para o futuro e por isto está em forma figurada. Nas Bíblias modernas não se encontram mais o registro como sendo parábola, isto porque certos teólogos querem fazer as coisas conforme sua maneira de acreditar, mas na verdade a narrativa é uma parábola. Os defensores da consciência depois da morte física apresentam esta parábola como provas conscientes de pessoas falecidas. Parábolas são metáforas, não se pode firmar doutrina sobre elas. Quando se mistura parábola com doutrina, põe as evidências das Sagradas Escrituras em dúvidas, afirmar que a parábola de Lázaro aconteceu de fato é incoerência. Vamos analisar esta parábola para compreender o que o Senhor Jesus quis ensinar.

Nosso Senhor não ensina que o ser humano ao morrer vai direto para o céu ou para o inferno, afirmar isto é o mesmo que considerar o Senhor Jesus injusto, juízo só no final quando as pessoas juntamente com os anjos caídos serão julgadas e punidas.

A parábola de Lázaro tem um objetivo, ensinar que as pessoas devem se precautelar, o Senhor Jesus fala para os fariseus como advertência, antes já lhes tinha feito a parábola do administrador infiel e eles ridicularizaram-o. Dessa vez o Senhor faz a segunda parábola a fim de despertá-los. Na parábola existem duas representações de dois povos, o rico representa a nação judaica e o mendigo representa os gentios, ou seja, as nações. Os judeus ricos da palavra eram os guardiões da mesma, privilégio que até então só a eles pertenciam. O mendigo Lázaro representava as nações que constantemente estavam procurando apanhar as migalhas, enquanto o rico nada lhe faltava. Observamos este texto: “A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: Não tome rumo dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10:5-6). O povo Judeu é um povo privilegiado, mas recusaram reconhecer o Messias enviado, então o Messias foi entregue para salvação de todas as nações que O recebe como seu Senhor.

Jesus estava entre as cidades de Tiro e Sidom quando uma mulher cananeia lhe rogava para curar sua filha, Ele nada respondeu e os discípulo insistiram para despedi-la, Jesus responde que foi enviado as ovelhas perdidas de Israel. Ela o adora e lhe pede ajuda, e a resposta é: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lança-lo aos cachorrinhos“, a mulher responde que “os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos” (Mt 15:21-27)

Este fato esclarece muito bem esta parábola. Os privilegiados eram o povo judeu, mas não o receberam, escreveu João: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que creem no seu nome” (Jo 1:11-12)

Mendigos, leprosos e estrangeiros eram separados, os judeus consideravam esses tais como aqueles que estavam sem direto às bênçãos de Deus, compare (João 4:9; 8:48; Atos 10:28; 11:2, 3, 15 aos 18). O orgulho lhes foi por armadilha.

Cegos por montante de pecados, os judeus rejeitaram o maior presente de Deus, a vida eterna, Jesus Cristo é a vida (Jo 1:11; At 3:14-15; Jo 5:40). Os mendigos *gentios* foram agraciados e alcançados pelo favor do Senhor Deus. (At 13:46–49; Rm 11:17 aos 21). Fomos ajudados pelo Senhor, Deus nos socorreu.

Jesus não ensina que os mortos continuam vivos depois da morte, até porque estão mortos isso é óbvio, mas a vida foi dada para este belo momento em que desfrutamos das maravilhas de Deus, o respirar, o sentir, o se emocionar, o tocar, o ver, o compreender, e tantas outras maravilhas que nós podemos fazer, isso é vida, isso é o presente de Deus para o homem. A vida eterna é Cristo. Jesus não ensina que o céu e o inferno estão tão perto um do outro que as pessoas podem se vê.

Jesus não ensina que o seio de Abraão é tão grande que pode conter todos os mendigos, não podemos imaginar que o seio do patriarca nesta parábola seja um lugar. O profeta Isaías declara que Abraão não nos conhece (Is 63: 16), isto porque está dormido, aguardando a ressurreição.

Nesta parábola o patriarca aparece vivo e falando, mas isto não diz que esteja consciente e em atividade, não podemos esquecer que é uma parábola e os personagens precisam ter nomes, vida e movimentos, se assim não for será impossível contar a história. Os mortos estão dormindo, Davi escreve: “Atenta para mim, responde-me, Senhor meu Deus! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte” (Sl 13:3) –Almeida Edição Atualizada.

Morte física

Com relação à morte física, falou o Senhor a Moisés: “Eis que estás para dormir com teus pais” (Dt 31:16).
Tendo, pois, Hadade ouvido no Egito que Davi descansara com seus pais” (1Rs 11:21– Edição Atualizada Almeida. Todas as vezes que a palavra utiliza “Dormir com os pais”, “ir aos pais”, “Descer aos pais”, refere-se à morte, significando que o indivíduo seria lançado em sepultura.

Quem dorme descansa, por isto o Senhor fala para seus discípulos: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falava com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falando do repouso do sono. Então Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu” (Jo 11:11–14-Almeida Atualizada. Obs.: Este não é o mesmo Lázaro da Parábola.

O profeta Jeremias se refere à morte física como sono eterno: “Embriagarei os seus príncipes, os seus sábios, os seus governadores, os seus vice-reis e os seus valentes; dormirão sono eterno e não acordarão, diz o rei, cujo nome é o Senhor dos Exércitos” (Jr 51:57). Tanto justo como ímpios dormem no seio da terra e serão despertados pela ressurreição conforme revela as sagradas Escrituras (Dn 12:2; Jo 5:28-29)

Explicando pelo lado físico. Nesta parábola o rico vai para o tormento e o mendigo para o céu, mas Jesus não ensina que todos os ricos vão parar no inferno só porque é rico, a riqueza é sinal de bênçãos de Deus. Abraão era muito rico (Gn 13:2) e foi chamado amigo de Deus (2Cr 20:7; Is 41:8; Tg 2:23). Jó, o mais rico do Oriente (Jó 1:3). Davi, Salomão, José de Arimateia, Nicodemos e tantos outros homens ricos que serviam a Deus. Riqueza é bênção (Dt 28:1-14). Observe que a Bíblia não apresenta o rico da parábola como sendo grande pecador nada fala do seu caráter, não diz se era bom ou mau, o mesmo acontece com o mendigo Lázaro, não diz que era justo. Jesus não ensina que o individuo por ser mendigo vai parar no céu e o rico por ser rico vai parar no tormento, nada diz a respeito de ambos. Se os judeus acreditavam que o paraíso e o sheol eram paralelos como alguns dicionários bíblicos expõem, não é por isto que estavam, ou estão corretos, os judeus também não receberam o Senhor Jesus como Messias, porém, sabemos que o Senhor Jesus é o Filho de Deus. Os judeus acreditam na Cabala, você como cristão acredita? A maneira pela qual alguém acredita não garante que seja exato.

Avaliando esta parábola com a visão dos que acreditam na vida pós-morte notamos que fantasma tem o mesmo corpo físico e os mesmos desejos e necessidades. Com certeza também tem cérebro e sentimentos visto que ele (O rico da parábola) pensava na família. Já imaginou o indivíduo em seu estado ‘fantasmagórico’ com cérebro ativo? O que dizer deste texto? “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tão pouco eles terão recompensa, porque a sua memoria jaz no esquecimento” (Ec 9:5).

Afirmar que a parábola representa o indivíduo prontamente ao morrer, é o mesmo que negar as evidências das sagradas Escrituras. Se existir um inferno de fogo ele está para o futuro e nunca no tempo presente.  O rico da parábola possuía tudo o que desejava, perdendo o mais necessário a fé, o amor, a fidelidade a Deus, assim estava vivendo aquela gente (Os quais Jesus prontificou-os em parábola). Apesar de receber bênçãos sem medida eles nada tinham ajuntado para o futuro, para conscientizá-los disto o Senhor faz a parábola do administrador infiel e o elogiou por haver procedido prudentemente (Lc 16:8). Isto não ensina que o Senhor aprova a desonestidade, o mordomo foi infiel, mas tomara providência, visando o futuro assegura para si amigos, quando foi demitido do cargo os amigos o ampararam. O mordomo foi prudente, e essa prudência Jesus elogia mesmo não aprovando os procedimentos usados. Todos nós deveremos estar providos para o futuro, tanto das bênçãos materiais como das espirituais. Espiritualmente, os judeus nada prepararam para o futuro, com a parábola de Lázaro eles são advertidos a se precaver.

Afirmar que esta parábola aconteceu de fato é o mesmo que afirmar que foi real a parábola de Jotão e a do rei Jeoás (Jz 9:8-15; 2Rs 14:9). Quem poderia usar este enigma como prova que as árvores fizeram estas coisas? O mesmo acontece com a parábola de Lázaro, Jesus adverte aquela gente a se preparar para o futuro, mas foi rejeitado e eles punidos severamente.

Um texto muito usado como prova que ao morrer o ser humano vai de imediato para o céu está em filipenses, vejamos: “Ora, de um e outro lado estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne” (Fp 1:23-24).

Pessoas se utilizam do texto para comprovar sua crença em uma alma imortal, todos sabemos que partir é uma coisa, chegar é outra. Podemos dizer que vamos viajar para tal lugar, mas quando chegaremos? Podemos passar dias ou horas, depende da distância e de algum imprevisto. O apóstolo foi decapitado por ordem de Roma será que ele próprio ao morrer foi se encontrar com o Senhor? ele próprio escreveu: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm 4:8). Isto é confiança, certeza absoluta que vai receber seu prêmio, mas a posse do prêmio não é imediata, ela tem dia marcado, naquele dia, quando o Senhor voltar.

A Vinda de Cristo e a Ressurreição

Jesus vai voltar e os que estão dormindo nele ressuscitarão e subirão ao encontrá-lo nos ares, estaremos para sempre com o Senhor (1Ts 4:16–18). Paulo declara a Igreja em Coríntios: “Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormirão, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar do olho, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão primeiro, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade, e o corpo mortal se revista de imortalidade. E quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade; e o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá à palavra que está escrita: Tragada foi à morte pela vitória” (1Co 15:51–54). Todos sabem que o apóstolo quando se referia ao dia da sua partida estava se referindo ao dia da sua morte, o dia de estar com Cristo é o dia da ressurreição. Paulo não tinha dúvidas que sua chegada ao céu só se daria pela ressurreição, observe como ele próprio afirma: “Para de algum modo alcançar a ressurreição dentre os mortos” (Fp 3:11-12).

É verdade que o apóstolo partiu para encontrar-se com o Senhor, mas o dia do encontro ainda não aconteceu, com certeza acontecerá. O rei Davi morreu e também aguardava a ressurreição profetizou a ressurreição de Cristo na confiança de que em um belo dia ressuscitaria (At 2:29–34). Com a morte ninguém sobe ao céu, nem o próprio Cristo subiu, ele próprio declara: “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com meus irmãos, e dize-lhes: subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (Jo 20: 17). Isto aconteceu depois que ressuscitou, mas os três dias passou adormecido no ceio da terra.

As Escrituras ensinam que o destino de uma pessoa seja rico ou pobre é decidido aqui na terra pelo uso feito das oportunidades e privilégios conferidos por Deus, o texto é claro, “aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto o juízo” (Hb 9:27). Depois da morte não existe oportunidade, por isto é bom lembrar-se do seu criador enquanto tiver vida, porque no além-túmulo não existe vida nem lembrança das coisas passadas, presente ou futura, não existe amor nem ódio, nem inveja, tudo jaz no esquecimento (Ec 9: 5–10). Nada podemos fazer pelos mortos, eles não serão favorecidos por aqueles que estão vivos. Não adianta orar, rezar, sacrificar ou qualquer outra coisa com objetivo de aliviar a responsabilidade de quem está morto, a única oportunidade está disponível enquanto vivemos. A mentira de Satanás lançada no Paraíso adâmico continua sendo conservada por pessoas, o “certamente não morrerás“, conservada por pessoas em todo o mundo e até por cristãos.

Deixar o pecado existindo eternamente está fora dos planos de Deus. Vida eterna somente aos que estiverem escritos no livro da vida, vida eterna somente em Cristo Jesus, fora d’Ele não há vida, nem na condenação eterna nem em outro estado físico ou espiritual. Fora d’Ele só há escuridão e inexistência.

Queremos neste instante nos dirigir à você que ainda não se entregou totalmente a Cristo. Saiba que a decisão de entregar-se a Cristo deve ser tomada agora, de imediato, aqueles que estão em Cristo aguardam o chamado do Senhor para ir ao seu encontro. Aqueles que ainda levam uma vida de impiedade por falta de arrependimento estão recebendo oportunidades que um dia chegarão ao fim, o relógio que marca os últimos momentos já está na prorrogação de tempo. Declare publicamente Jesus como o seu Senhor e Salvador, busque ter com irmãos de alguma igreja que preserva a sã doutrina e que declara abertamente a Cristo Jesus como Senhor. Este é o único momento de oportunidade, esta vida é a única e última chance.

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4 Comments On “A MITOLOGIA INSERIDA NO CRISTIANISMO – [PARTE 2]”

  1. Bom estudo…. Verdadeiramente a mitologia está sendo colocada em mistura com a verdade e infelizmente é isso mesmo que acontece, as pessoas acreditam. Muito bom esse estudo, acompanhei tudo.